A Agência Reguladora de Produtos Médicos e Cuidados com a Saúde (MHRA) recomendou que todos os pacientes que receberam implantes de quadril totalmente feitos de metal sejam monitorados anualmente enquanto as mantiverem. A recomendação veio logo depois que o noticiário "BBC Newsnight", da rede BBC, divulgou uma investigação da revista "British Medical Journal" (BMJ) revelando que problemas com próteses deste tipo são conhecidos há muito tempo, e que nenhuma providência foi tomada por médicos e autoridades sanitárias.
Em foco estão principalmente as feitas de cobalto e cromo, que podem se desgastar pela fricção e causar problemas como destruição de tecidos e músculos ao redor do quadril, além de intoxicação por metal. Segundo a BMJ, íons podem ser liberados para a corrente sanguinea, causando danos a gânglios linfáticos, baço, fígado e rins. O FDA, agência reguladora americana, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, acompanham o caso.
Os britânicos com este modelo de prótese receberam a recomendação de fazer exames de sangue e ressonância magnética anualmente. Aqui, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) sugere que se faça o mesmo e que, até estarem disponíveis informações mais detalhadas sobre as próteses de metal e o parecer da Anvisa, médicos e pacientes optem por modelos feitos com metal e cerâmica ou apenas cerâmica. Mas não há motivo para alarme: somente 1% das próteses de quadril no país é feita exclusivamente de metal.
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